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A Orquestra Barroca de Mateus estreia, com instrumentos de época, As Damas Trocadas, farsa em um acto com música de Marcos Portugal e texto de Giuseppe Foppa.
O marco mais afirmativo do programa da XXXI edição dos Encontros Internacionais de Música da Casa de Mateus e da sua partilha com a cidade será seguramente, no dia 21, a estreia da ópera barroca As Damas Trocadas ou o Diabo a Quatro, de Marcos Portugal, pela Orquestra Barroca de Mateus, com a direção musical do maestro Ricardo Bernardes e a direção cénica de Nicolás Isasi, em co-produção com o Teatro de Vila Real.
Divertida farsa de identidades do período italiano de Marcos Portugal, Le donne cambiate (As damas trocadas) estreia em Veneza em 1797, onde conhece mais de 52 representações. A ópera atinge grande sucesso na sua época, sendo representada em Paris, Londres, Madrid, Dresden e Lisboa no teatro de São Carlos (1804), para além uma representação não datada no Rio de Janeiro, mas certamente anteriormente ao regresso da corte portuguesa a Lisboa em 1821.
Os manuscritos da versão portuguesa regressaram do Rio de Janeiro com a Corte e estão no arquivo musical da biblioteca do Palácio Ducal de Vila Viçosa. Trata-se de uma tradução para a língua portuguesa, atribuída ao compositor, provavelmente realizada para as representações no Teatro do Salitre, em Lisboa, e no Rio de Janeiro, tal como aconteceu com outra farsa com música de Marcos Portugal: O basculho de chaminé, versão portuguesa de Il spazzacamino principe (1793).
As Damas Trocadas sinaliza a segunda incursão da Orquestra Barroca de Mateus pelo repertório operático, depois do recital Setaro, Construtor de Utopias, apresentado em 2018 em colaboração com a Ópera da Coruña.
AS DAMAS TROCADAS (1797)
MÚSICA DE MARCOS PORTUGAL (1762 – 1830)
LIBRETO DE GIUSEPPE FOPPA (1760 – 1845)
M6
Orquestra Barroca de Mateus
Ricardo Bernardes
Direção Musical
Nicolás Isasi
Direção Cénica
Pedro Pires Cabral
Desenho de Luz
Patrick Oliva
Concertino
Luanda Siqueira
Condessa Ernesta de Fricandó
Mariana Castello-Branco
Carlota, mulher de Braz
Christian Lujan
Conde Fricandó, marido da condessa Ernesta
Fernando Araújo
Braz, sapateiro
Marcio Soares Holanda
Lucindo, cavalheiro servo da condessa
Calebe Barros
Peregrino e Pipo, camareiro do conde
Co-produção
Fundação da Casa de Mateus
Teatro de Vila Real
Agradecimento
Teatro Nacional D. Maria II
A Ópera tem entrada gratuita. As reservas e levantamentos de bilhetes devem ser feitas junto da bilheteira do Teatro de Vila Real: Tel: 259 320 000 (14h00-20h00); ou bilheteira@teatrodevilareal.com
Marcos Portugal
Marcos António da Fonseca Portugal, conhecido como Marcos Portugal ou Marco Portogallo (Lisboa, 24 de Março de 1762 – Rio de Janeiro, 17 de Fevereiro de 1830) foi compositor e organista. As suas obras foram conhecidas por toda a Europa, sendo um dos mais famosos compositores portugueses de todos os tempos.
Graças à reputação que tinha na Corte, conseguiu um patrocínio para partir para Itália em finais de 1792, onde permaneceu, com interrupções, até 1800. Compôs mais de vinte óperas em estilo italiano, principalmente óperas bufas e farsas, que foram muito bem recebidas e encenadas nalguns dos maiores palcos italianos, como os teatros La Pergola e Pallacorda de Florença, San Moisè de Veneza e La Scala de Milão. Voltou a Portugal em 1800, sendo nomeado mestre de música do Seminário da Patriarcal e maestro do Teatro de São Carlos de Lisboa, para o qual compôs várias óperas.
Em 1811, Marcos Portugal viaja para o Rio de Janeiro por pedido expresso do Príncipe Regente D. João, sendo recebido como uma celebridade, e nomeado compositor oficial da Corte e Mestre de Música de Suas Altezas Reais, os Infantes. Em 1813, foi inaugurado no Rio de Janeiro o Teatro Real de São João – construído à imagem do Teatro de São Carlos, em Lisboa – onde viriam a ser encenadas várias de suas óperas. Vítima de dois ataques apopléticos, Marcos Portugal não acompanhou D. João VI quando a corte regressou a Portugal em 1821. Com a saúde a deteriorar-se, permaneceu no Rio de Janeiro, onde um terceiro ataque, em 1830, lhe foi fatal. Morreu relativamente esquecido no dia 17 de Fevereiro de 1830, no Rio de Janeiro.
Marcos Portugal compôs durante a sua carreira mais de 40 óperas. Além disso, compôs muitas obras sacras, entre as quais mais de 20 peças para os seis órgãos da Basílica de Mafra. Compôs ainda modinhas - "canzonette portuguesas" - e músicas patrióticas. Marcos Portugal é um dos mais prolíficos compositores portugueses de todos os tempos. A sua extensa obra encontra-se distribuída por vários arquivos em Portugal, Brasil, Itália, França, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Estados Unidos da América. Cultivou os géneros religioso (missas, motetes, hinos, vésperas, matinas) e teatral (farsas, entremezes, óperas bufas e sérias).
Orquestra Barroca de Mateus
Sob a direção artística e musical do maestro e musicólogo Ricardo Bernardes, a Orquestra Barroca de Mateus é formada por alguns dos melhores músicos atuantes em Portugal e Espanha, especializados na interpretação historicamente informada e com instrumentos de época. O projeto de constituição da Orquestra prolonga a tradição iniciada por Marie Leonhardt com o Ensemble Barroco de Mateus, num momento em que a Fundação da Casa de Mateus retoma também os Encontros Internacionais de Música.
O seu repertório é abrangente, embora confira uma especial atenção à produção musical ibérica e de estética italianizante, bem como às suas ramificações no Brasil e na América Latina entre o séc. XVI e os inícios do séc. XIX. O concerto inaugural da Orquestra, intitulado Setaro, construtor de utopias, estreado em 2018 com a co-produção dos Amigos da Ópera da Coruña, celebrava a disseminação da ópera no Norte de Portugal e na Galiza, entre os anos 50 e 70 do séc. XVIII, bem como a sua projeção em terras brasileiras através do 4º Morgado de Mateus, D. Luís António, Governador da Capitania-Geral de São Paulo entre 1765 e 1775.
Argumento
O velho conde Fricandó está farto dos caprichos de sua mulher, a jovem condessa Ernesta Fricandó. Para além de todas as jóias e mimos que já recebe, agora insiste numa cauda muito longa para o seu vestido. Isto é demais para o já cansado e maltratado conde que, irrompendo pelo jardim de seu palácio, diz ao seu secretário Lucindo e ao sapateiro Braz que prefere abandonar tudo e ir para a América do que continuar a aturar os arroubos de Ernesta. Sem se dar conta da presença dos três homens, Ernesta sai para o jardim e canta o quanto gostava de ter um esposo rapazinho, que atendesse aos seus caprichos.
Após ouvirem os desejos da jovem condessa, o sapateiro Braz, homem rude e grosseiro, procura instigar o conde a utilizar os mesmos maus modos com que ele próprio trata a sua gentil e inocente mulher Carlota. Tal tratamento é refutado pelo Conde que, apesar de farto, está apaixonado pela sua esposa. Pede então a Lucindo que o ajude a convencer Ernesta a desistir da longa cauda. O maroto Lucindo, que tem uma paixão secreta, não correspondida, pela condessa, compromete-se a ajudar, mas de facto quer apenas divertir-se com a situação. Braz traz os sapatos para Ernesta que o maltrata, mas não reage, pois combinou com o conde que receberia uma moeda por cada insulto da condessa. Furioso internamente, Braz aceita todos os insultos porque, afinal, não pode desprezar os ducados. Após presenciar tanta má-educação, o conde procura ser conciliador com Ernesta e sugere um passeio, mas sente o desprezo da esposa que o maltrata ainda mais do que o habitual.
O conde deixa Ernesta sozinha com seus caprichos e eis que surge um Peregrino, um maltrapilho solitário e eremita, que ao pedir uma esmola sente também o desprezo de Ernesta. Deixado sozinho, o Peregrino, cansado da viagem, adormece no feudo do conde. Carlota, a esposa do sapateiro Braz, canta enquanto apregoa os seus produtos. O doce canto desperta o Peregrino, que pede uma esmola a Carlota. De bom grado, ela oferece-lhe alguns ovos e este, agradecido, vaticina que muito em breve ela será uma grande dama com um marido condescendente, com muito dinheiro e criados. O Peregrino esconde-se no jardim à chegada de Braz que, grosseiro como sempre, ralha com Carlota e a leva para casa. O até então maltrapilho Peregrino revela-se um poderoso feiticeiro que convoca os espíritos e pede que transformem Carlota em Ernesta e Ernesta em Carlota, operando-se a magia da troca das damas.
Já está a amanhecer. Braz retorna embriagado à sua oficina e vê Carlota a dormir e, afinal, diz ter algum carinho pela esposa que tanto maltrata. Começa a trabalhar e canta sobre os encantos femininos. Ao ver que Carlota continua a dormir, impacienta-se e acorda-a para que comece também a trabalhar nos sapatos. No entanto, é Ernesta no corpo de Carlota, após o encantamento que as trocou. Ernesta, no corpo de Carlota, reage indignada às maldades do sapateiro, mas dá-se por vencida e canta o seu triste fado. Enquanto isso, no quarto da condessa, os criados tratam Carlota como a sua senhora, que crêem ser a condessa Ernesta. A pobre rapariga, sem entender o que se passa, esconde-se de medo à aproximação de um homem, que Carlota pensava ser o seu marido Braz que viria ralhar com ela. Mas quem chega é o conde, este também amedrontado com a possível fúria de sua esposa. Carlota é gentil com o conde e este parece não acreditar na repentina doçura de quem pensa ser a sua amada condessa. Ouvem uma grande confusão vinda do jardim, com uma mulher a dizer ser a condessa.
Ao entrar, a grande confusão começa, com o conde e os criados a acharem que é uma louca. Não sendo reconhecida, Ernesta fica furiosa, enquanto Carlota se sente culpada e sem saber o que dizer. Ao longe, ouve-se Braz a gritar para entrar e saem todos para o jardim, confusos e perdidos uns com os outros. Surge repentinamente o Peregrino que se revela como feiticeiro e anuncia ter conseguido o seu intento: que o orgulho e a soberba foram punidos.
Num passe de mágica troca Carlota e Ernesta para os seus corpos originais, o que deixa todos atónitos e petrificados. Não acreditando em tudo o que aconteceu, pensam estar a viver um sonho para, a seguir, concluírem que a varinha utilizada pelo Peregrino, endiabrada para alguns e abençoada para outros, propiciou uma grande lição a todos. Nesse cómico acontecimento, que pregou uma grande peça a todos, os caprichos são levados pelo vento, e todos cantam o desfecho feliz de tamanha confusão.
CRÍTICA
LINKS
https://www.casademateus.pt/evento-e-programa/evento-as-damas-trocadas-ou-o-diabo-a-quatro-or-opera/
https://radioclasica.com.ar/isasi-a-portugal-para-una-regie-2/
https://www.mundoclasico.com/articulo/39527/Una-utop%C3%ADa-cosmopolita
https://issuu.com/aqui_la_plata/docs/miraba_168/30
https://operawire.com/fundacao-casa-de-mateus-to-present-marcos-portugals-as-damas-trocadas/
https://bomdia.eu/o-verao-de-vila-real-vai-ser-na-casa-de-mateus/
https://www.casademateus.pt/participantes/nota-biografica-ricardo-bernardes/
https://www.casademateus.pt/participantes/nota-biografica-nicolas-isasi/
https://www.viralagenda.com/pt/events/1330313/as-damas-trocadas-sex-21-jul
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