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Secção 12 – Sousa Botelho de Albuquerque (1948 – 1973)
Neste mês de Dezembro, apresentamos a edição especial dos 50 anos da Fundação da Casa de Mateus com dois Documentos do mês da Secção 12 (1948-1973) do Sistema de Informação da Casa de Mateus (SICM).
O primeiro documento refere-se ao Certificado de escritura de Instituição da Fundação da Casa de Mateus. O segundo documento é uma Fotografia aérea do início de 1970 que mostram, além da Casa de Mateus, algumas Casas no seu entorno. A Casa de Mateus viu nascer muitas Casas e todas muito importantes, sobretudo neste momento em que a Casa ganha essa representatividade de ser a nossa proteção, em especial esta Casa. Viva Mateus!
Certificado de escritura de Instituição da Fundação da Casa de Mateus, 1970/12/04
SICM/SSC12.2/SUBSI-FUNDAÇÃO
A Fundação da Casa de Mateus foi instituída, no dia 3 de dezembro de 1970, por D. Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque. Os seus estatutos definem como objetivos a conservação, o restauro e melhoramento da Casa de Mateus, o estudo, o catalogação e divulgação do seu arquivo e ainda a promoção de eventos culturais, científicos e pedagógicos que venham a ser definidos pela sua Direção.
Fotografia aérea da Casa de Mateus, início de 1970
D. Francisco de Sousa Botelho de Albuquerque foi o 3º Conde de Mangualde, nasceu no Estoril a 16 de setembro de 1909 e faleceu em Lisboa a 8 de janeiro de 1973. Foi único filho varão sucedendo à Casa de seus pais, os segundos Condes de Mangualde, representante dos títulos de Vila Real e Melo com autorização concedida por certificado do Conselho de Nobreza em 1948 de 20 de janeiro.
Casou com D. Maria Adelaide de Sousa Canavarro de Meneses Fernandes Costa, no dia 19 de julho de 1938, na Capela armada no Solar de Mangualde, tendo-se divorciado a 9 de dezembro de 1954. Desta união nasceram quatro filhos, Maria João de Sousa Botelho de Albuquerque, Fernando de Sousa Botelho de Albuquerque, Maria Isabel de Sousa Botelho Albuquerque e Francisco José de Sousa Botelho de Albuquerque.
Dedicou –se à administração da Casa de Mateus juntamente com sua mãe, a partir de 1943, que tinha em vista a exploração da produção de culturas e exploração da criação de gado.
Para além da administração, D. Francisco desenvolveu a divulgação cultural do Palácio de Mateus (…) a sua formação académica e o seu pragmatismo inovador fizeram-no apostar em profundas obras de beneficiação e embelezamento de Mateus, em especial, o espaço envolvente do edifício, assim como numa gestão mais empresarial e eficiente da parte agrícola.
Por iniciativa do 3º Conde de Mangualde, o edifício do Palácio de Mateus sofreu várias intervenções a nível arquitetónico, no seu interior e toda a sua área exterior envolvente, como foi o caso do jardim aquático construído num dos lados do túnel de cedros (que já se encontrava plantado), desenhado por António Lino em 1948. Em 1950, a Biblioteca da Casa de Mateus foi alvo de obras de recuperação.
Outra área que despertou o interesse do 3º Conde de Mangualde foi a valorização do Arquivo da Casa de Mateus, permitindo que se estudassem os seus documentos. Um dos primeiros estudos foi realizado pela arquivista e investigadora Luísa da Fonseca que esteve em Mateus, de abril a dezembro de 1952, para investigar documentos sobre o Brasil, no âmbito da Comemoração do 1º Centenário da Emancipação do Paraná, que se realizou em 1953. Regressou no ano seguinte, em agosto de 1953, para dar continuidade ao seu trabalho de investigação sobre a atividade profissional do 4º Morgado de Mateus aquando a sua estadia no Brasil.
O interesse pela divulgação do Arquivo da Casa de Mateus ganhou alguma notoriedade ao longo dos anos. Deste modo, envolveu-se no projeto de aquisição e microfilmagem de cerca de 6.000 documentos relativos ao governo da Capitania de São Paulo por D. Luís António de Sousa Botelho Mourão. Este foi levado a termo pelo Historiador Dr. Jaime Cortesão que, por carta recebida do 3º Conde de Mangualde, a 11 de novembro de 1952, foi autorizado a ir até Mateus recolher informação para a Exposição da Comemoração do 4º Centenário da fundação da Cidade de São Paulo.
D. Francisco de Albuquerque apercebeu-se da importância histórico-cultural do acervo documental da Casa de Mateus e em 1959 admitiu Luís de Bivar Guerra para assumir funções culturais e arquivísticas (…) especialista em Genealogia e Heráldica, Bivar Guerra era, sem dúvida, a pessoa preparada para revisitar toda a memória vivida de Mateus (…)
A criação do atual brasão de família (ex-líbris) da Casa de Mateus foi desenhado por António Miguel em 1959 por encomenda do 3º Conde de Mangualde.
Com vista à valorização do edifício do Palácio de Mateus, prosseguiram-se as obras de remodelação e aperfeiçoamento do mesmo. D. Francisco projetou o lago designado por espelho de água, assim como toda a sua área envolvente concebidas por volta de 1961. Esta obra arquitetónica e o plano de plantação de árvores, nesta área, foram atribuídos ao arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Teles.
O portão de entrada do Palácio de Mateus também foi alvo de remodelações, sofrendo algumas alterações na sua fachada, como se pode verificar nas fotografias que se conservam no Arquivo da Casa de Mateus.
No dia 21 de abril de 1961, foi inaugurado o Museu da Casa de Mateus, numa cerimónia de grande prestígio, com a celebração de missa pelo Bispo de Vila Real, o Reverendo Monsenhor Serafim de Oliveira. Realizou-se, também, uma procissão até ao Museu, como se poderá apreciar nas fotografias deste evento que também se conservam no Arquivo da Casa de Mateus. Assim, foi a primeira vez, que a Casa de Mateus realizou uma exposição do seu valiosíssimo acervo documental ao público.
A Capela da Casa de Mateus também sofreu remodelações, nomeadamente, no seu interior. Procedeu-se ao retoque das pinturas de todos os altares, inclusive, o altar mor, guarda vento e coro. Alterou-se a localização da mesa do altar em pedra e fez-se uma adaptação do antigo confessionário para o altar da Senhora da Boa Viagem. Ainda se procedeu à electrificação da abóbada, janelas e do sarcófago de São Marcos. Por fim, organizou-se o corpo central da Capela com bancos genuflexórios.
Em 1963, o 3º Conde de Mangualde foi homenageado com a denominação de uma rua em Mateus, sendo, Rua dos Condes de Vila Real, Morgados de Mateus. Também, lhe foi entregue o diploma de honra intitulado “Primeiro Filho e Homem Bom” pelo Sr. César Monteiro.
A criação da Fundação da Casa de Mateus foi um dos marcos mais importantes da geração do 3º Conde de Mangualde, no sentido de preservar e salvaguardar o património histórico-cultural e familiar existente. O mesmo foi o primeiro Director Delegado desta Fundação, tendo prescindido à sua remuneração em benefício da própria entidade.
A instituição da Fundação da Casa de Mateus fez-se por escritura, no dia 3 de dezembro de 1970, com estatutos aprovados no despacho do Ministro da Educação Nacional, no dia 31 de julho de 1969. A mesma foi publicada no Diário de Governo na III série de 8 de março de 1971, onde obteve reconhecimento para a instituição da Fundação da Casa de Mateus., (…) as Fundações, cujo instituto legal está regulado pelo Código Civil Português (art.º 185º a 194º) são acervos de bens deixados pelo instituidor, e ficam por sua vontade afectos a uma pessoa colectiva para a prossecução de determinado fim. Dado que esses acervos patrimoniais ficam subtraídos à livre disposição, o fim visado pela fundação fica legalmente sujeito ao reconhecimento do governo que atenderá à idoneidade do fim e à suficiência patrimonial (…).
A administração da Fundação da Casa de Mateus foi continuada pelo seu filho primogénito D. Fernando de Sousa Botelho de Albuquerque, 4º Conde de Mangualde, atual Director Delegado.
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Monday to Friday
9am to 5pm
Saturday and Sunday
9am to 5:30pm
Contacts
+351 259 323 121