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A Fundação da Casa de Mateus apresenta, neste mês de Outubro, através do seu site, documentos representativos do seu Arquivo. Neste mês apresentamos um documento da Secção 10 (1879-1926) do Sistema de Informação da Casa de Mateus (SICM).
Neste mês apresentamos um recorte de imprensa relativo ao 3º Conde de Vila Real, D. José Luís Botelho Mourão e Vasconcelos, 3º Conde de Vila Real (n. 1843/09/23 – f. 1923/12/09).
1902, Julho, 11 – Vila Real
Recorte de imprensa intitulado Conde de Vila Real relativo ao 3º Conde de Vila Real, [D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos], chefe do Partido Progressista no distrito de Vila Real, elogiando a sua acção política, com referência aos seus antepassados, publicado no jornal O Progresso do Norte.
2 fls., 35 x 51 cm; impresso sobre papel por Imprensa Moderna. SICM /SSC 10.01 /RECORTE IMPRENSA.
D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, 3º Conde de Vila Real casou, no dia 2 de Março de 1867, com D. Teresa Francisca de Melo da Silva Breyner de Sousa Tavares e Moura, 2ª Condessa de Melo, filha de Luís Francisco Soares de Melo da Silva Breyner de Sousa Tavares e Moura, 1º Conde de Melo e de sua mulher D. Frederica Xavier Botelho.
Foram os oitavos e últimos Morgados de Mateus e senhores dos bens da Casa Melo, integrados por casamento. Ficaram, assim, unidos os títulos de Vila Real e de Melo.
Deste casamento nasceram três filhos: Maria dos Prazeres de Sousa Botelho e Melo, Fernando de Sousa Botelho e Melo e Maria Teresa de Sousa Botelho e Melo.
A documentação deste casal que se conserva no Arquivo da Casa de Mateus dá-nos elementos sobre a administração da Casa no seu tempo, constituindo um importante núcleo para o conhecimento e estudo da cidade de Vila Real. Entre o acervo documental dos 3os Condes de Vila Real encontramos documentos que referenciam acontecimentos sociais e culturais da época, realizados em Vila Real e não só, além de plantas de edifícios na cidade de Vila Real e recibos de lojas existentes essencialmente na Rua Direita.
Ainda sob a administração de sua mãe, em 1870, o 3º Conde de Vila Real foi responsável pela construção do ramal da Estrada de Abambres até ao Palácio de Mateus. Pagou pela expropriação de diversos terrenos para que a estrada pudesse ser construída.
A correspondência trocada com a Real Companhia Vinícola e a Liga dos Lavradores do Douro, de que o 3º Conde de Vila Real era sócio, evidenciam o papel da Casa de Mateus na região demarcada do Douro.
O arquivo da Casa possui um grande acervo fotográfico em bom estado de conservação, sendo possível identificar no mesmo várias figuras da nobreza de Portugal e do estrangeiro e diplomatas que privavam com os 3os Condes de Vila Real.
Em 1906 os 3os Condes de Vila Real receberam no Palácio de Mateus o Rei D. Carlos. A presença do rei em Trás-os-Montes, com visita a Sabrosa, foi noticiada pela imprensa da época, tendo sido organizado no dia 9 de Agosto um almoço no Palácio de Mateus em homenagem ao Rei, em que estiveram presentes, entre outros, os Condes de Mangualde.
Em 1911 a Casa de Mateus foi classificada monumento nacional. Sabe-se que os 3os Condes de Vila Real fizeram alterações no Palácio, no entanto os estudos realizados não nos permitem ainda identificar o seu contributo.
O 3º Conde de Vila Real morreu no dia 9 de Dezembro de 1923, recaindo a responsabilidade da administração da Casa na sua mulher e no seu filho D. Fernando. Nessa altura, a Rainha D. Amélia envia-lhe uma carta de pêsames, lamentando o desaparecimento de (…) mais um dedicado, mais um Amigo (…) .
Além dos filhos legítimos que teve de sua mulher, o 3º Conde de Vila Real teve ainda quatro filhos ilegítimos, três rapazes e uma rapariga, de Júlia Maria, uma serviçal da Casa dos Condes de Vila Real. Após a morte do 3º Conde de Vila Real, e tendo a filha ilegítima falecido, os três filhos ilegítimos: José Joaquim Pereira, nascido em 1896, Joaquim Álvaro Pereira, nascido em 1897, e Manuel Joaquim Pereira, nascido em 1904, exigiram em tribunal a parte que lhes cabia na herança do pai.
Foi baptizado em Lisboa no dia 24 de Setembro de 1843 tendo sido seu padrinho o 1º Conde de Vila Real, seu avô, e madrinha a Baronesa de Almeirim, D. Luísa Braamcamp.
Em 1861 recebeu mercê de D. Pedro V das Honras de Oficial Mor da Casa Real e mais tarde, em 1858, do título de Conde de Vila Real.
Era um adepto da prática desportiva, sócio do Jockey Club Portuense e da Real Associação Naval, dedicando-se também ao tiro aos pombos.
Em 1898, altura em que desempenhava o cargo de Governador Civil do Distrito de Vila Real, foi nomeado Par do Reino pelo Rei D. Carlos.
Em 1886, 1897 e 1907 ocupou o cargo de Governador Civil do Distrito de Vila Real, tendo recebido inúmeras cartas de felicitação. Numa dessas cartas, enviada por José da Nóbrega, pode ler-se: (…) O distrito há-de a seu turno folgar pela acertada escolha de V. Ex.ª para tão eminente lugar, porque vê em V. Ex.ª o centro da unidade que se deve imprimir ao partido de todo o distrito (…).
As suas ligações ao Partido Progressista, do qual se diz que foi chefe local, evidenciam-se na correspondência recebida de vários locais em Trás-os-Montes informando-o da situação do partido.
Teve cinco irmãos: Maria Inácia de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, Isabel de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, Maria Amália de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, Alexandre de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos e Anselmo de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos.
Embora se desconheçam as datas precisas de nascimento e morte de seus dois irmãos, as cartas que trocavam com o irmão e a mãe dão-nos algumas pistas da vida que ambos levaram. Alexandre de Sousa Botelho Mourão era afilhado do 3º Conde de Vila Real. Pelas cartas que dirigia ao irmão percebe-se que havia uma questão familiar por resolver. Numa dessas cartas, de 1873, conta ao irmão que voltou a estudar matemática, desta vez por sua conta. Terá falecido em 1910. Do seu outro irmão, Anselmo de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, conservam-se as cartas que enviava a sua mãe e ao 3º Conde de Vila Real. É através do conteúdo das mesmas que sabemos que em 1868 esteve em Paris com a mãe e a irmã Isabel, contando ao irmão todos os passeios e compras que as duas faziam. Na mesa carta, diz ainda que passou nos exames e obteve um prémio. Numa outra carta, escrita a 7 de Setembro de 1969, na cidade Coimbra, pede ao irmão que lhe desculpe a preguiça, o que nos leva a pensar que estudava na universidade daquela cidade. Além das suas cartas é possível encontrar no Arquivo da Casa de Mateus um drama em texto dactilografado intitulado A Pérfida Gabriella da autoria de Anselmo de Sousa, que este terá enviado a seu irmão.
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